segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O GRANDE CONSTANTINO


(285-337)
Primeiro "imperador cristão" do Império Romano; reinou de 306-337

VISÃO GERAL
Poucas pessoas mudaram a história tanto quanto Constantino. O Império Romano passou séculos tentando eliminar a chama do Cristianismo, prendendo e executando muitos fiéis. Então esse quase-imperador se tornou cristão e o Império mudou completamente o seu rumo.
CHEGANDO AO PODER

Os pais de Constantino eram Constâncio Cloro, o coimperador ocidental do Império Romano, e Helena, a concubina. Quando seu pai morreu na Inglaterra em 306, Constantino foi proclamado imperador pelas tropas, mas aceito de má-vontade por Galério, o imperador oriental. O governo do império entrou em desordem e dentro de dois anos cinco homens passaram pelo cargo de imperador.
Um pouco antes de sua morte em 311, Galério, o co-imperador sênior, baixou um edital de tolerância que acabava com a perseguição aos cristãos. Com a morte de Galério, Constantino e Licínio (que se tornara seu coimperador) se aliaram contra Maxêncio e Maximino Daia. Em 312 Constantino derrotou e matou Maxêncio numa batalha numa ponte próxima a Roma. Maximino Daia derrubou Licínio no ano seguinte. Uma paz aparente entre Constantino e Licínio foi mantida até 323, quando Constantino cruzou o território de Licínio enquanto expulsava invasores góticos. No ano seguinte, batalhas em Adrianópolis e Crisópolis puseram fim à situação e Constantino se tornou o único imperador.
REALIZAÇÕES
Uma de suas jogadas políticas mais importantes foi a fundação da cidade de Constantinopla, em 330 na localidade de Bizâncio. Sua localização no Estreito de Bósforo era ideal do ponto de vista militar uma vez que dava acesso tanto aos frontes do Reno-Danúbio como ao Persa. Constantino continuou a reorganização do governo começada por Dioclécio (reinou de 284-305) e reformou o sistema monetário. Também permitiu aos bárbaros se estabelecerem dentro do império a fim de usá-los no exército.
A RELIGIÃO DE CONSTANTINO
Constantino é bastante lembrado por suas políticas religiosas. A natureza de suas próprias crenças religiosas tem sido discutida. Desde o início foi tolerante com cristãos em seu próprio reino. Sua preferência pelo Cristianismo foi demonstrada mesmo antes da batalha na Ponte Mulviana. Conta-se que num sonho antes da batalha, Constantino teve a visão de um monograma composto das duas primeiras letras gregas do nome de Cristo. No dia seguinte ordenou que seus soldados inscrevessem aquele monograma em seus escudos. Outra estória conta que marchando um dia com seu exército, viu a imagem da cruz aparecer na frente do sol com as palavras "A este sinal, conquiste". Durante o inverno de 312 e 313, escreveu a um oficial no norte da África instruindo-o a suprir financeiramente o bispo de Cartago para que pagasse despesas do clero. Quando ele e Licínio se encontraram em Milão em 313, baixaram um edital garantindo a todas as pessoas liberdade para seguir a religião que quisessem. Seus sentimentos cristãos também resultaram em leis permitindo a bispos decidirem sobre processos judiciais, eliminarem qualquer marca na face (porque maculava a imagem de Deus), côrtes judiciais e oficinas aos domingos e acabarem com jogos gladiadores. Dessa maneira, favoreceu o cristianismo. Constantino também foi tolerante com o paganismo e, por volta de 324, temas pagãos foram estampados em suas moedas. Sendo os cristãos minoria no império, Constantino sentiu que não poderia ofender a maioria pagã.

Teve um papel ativo nas controvérsias da igreja. Quando Ceciliano foi desafiado como bispo de Cartago (313) pelos Donatistas (separatistas da igreja africana), Constantino instruiu os bispos de Roma a convocarem uma comissão para ouvir o caso. Uma vez que os Donatistas não se satisfizeram com os resultados daquela comissão, o próprio Constantino ouviu o caso e em 316 declarou Ceciliano como bispo. Foi ele também que convocou o Conselho de Nicéia em 325, que fez leis contra o Arianismo (uma heresia que negava que Cristo como Filho de Deus era co-eterno com o Pai). Foi o edital do imperador que deu força legal à decisão do Conselho de Nicéia.
Um escândalo sério manchou o reinado de Constantino. Em 326 seu filho Crispo e sua própria esposa, Fausta, foram executados por adultério. Constantino foi sucedido por seus outros três filhos, depois de ser batizado como cristão no seu leito de morte (de acordo com a lenda).

CERÂMICA


A fabricação de louças de argila e de barro é conhecida como cerâmica.
HISTÓRIA E DESENVOLVIMENTO
A primeira cerâmica foi feita à mão, moldada no formato desejado e secada ao sol. Não há registros antigos descrevendo o trabalho do artesão e seu lugar na sociedade, apesar de que as paredes dos túmulos e dos palácios no Egito terem figuras dos artesãos trabalhando, e muito pode ser aprendido observando as atividades mostradas. Acredita-se que os primeiros oleiros eram mulheres que, por necessidade, preparavam vasos para a preparação da comida, enquanto os homens estavam fora tentando trazer comida para casa. Eventualmente, o trabalho de fazer cerâmica se tornou uma profissão, aparentemente praticada por pessoas em grandes vilarejos e normalmente por artesãos que se mudavam de vilarejo em vilarejo fazendo cerâmica até alcançar a demanda e depois se mudando de novo. A descoberta que tornou a cerâmica de uma atividade de uma dona de casa para uma profissão foi o torno do oleiro. A velocidade com que poderia se fazer um vaso transformou a arte em uma industria e eventualmente se tornou uma ocupação primeiramente masculina, apesar de que há evidências de pessoas (que alguns assumem que eram mulheres) que continuavam fazendo cerâmica em casa.
A CERÂMICA NAS ESCRITURAS
Há muitas referências ao oleiro e seu trabalho na bíblia. Como por exemplo: "Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? diz o Senhor. Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel." (Jeremias 18:6); "Mas agora, ó Senhor, tu és nosso Pai; nós somos o barro, e tu o nosso oleiro; e todos nós obra das tuas mãos." (Isaías 64:8). Na história da Criação, Deus é retratado como um oleiro fazendo o homem do barro (Gênesis 2:7). A sua soberania absoluta em escolher Israel como seu povo é discutida pelo apóstolo Paulo (Romanos 9:20-21) de uma ilustração usada por Isaías (Isaías 45:9) a respeito de um pote discutindo com o seu oleiro:" Ai daquele que contende com o seu Criador! o caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? ou dirá a tua obra: Não tens mãos?"
Jeremias profetizou graficamente a destruição de Jerusalém quando quebrou um frasco de barro de um oleiro em tantos pedaços que não podia ser reparado (Jeremias 19:11). Os judeus, no tempo de destruição, apesar de preciosos na visão de Deus, eram tratados como potes de argila (Lamentações 4:2) - uma expressão de sua fragilidade humana; eles podiam ser facilmente quebrados e destruídos. Um vaso de cerâmica quebrado era considerado tão sem valor que os pedaços eram jogados de lado ou jogados para fora da janela e um novo era fabricado. A arte do oleiro era muito conhecido e os vasos estavam a disposição a um preço bem baixo. As pessoas normalmente não transportavam os vasos quando eles mudavam. Era mais fácil comprar um novo do que tentar carregá-los, especialmente os maiores. Pedaços quebrados, no entanto, não eram totalmente sem utilidade. Jó raspou suas secreções com um caco (Jó 2:8). Mais adiante o tempo, os cacos eram usados para escrever bilhetes neles e eram chamados de ostraca. O salmista falou que sua força secou como um caco (Salmo 22:15) - uma referência à falta de humidade num vaso seco e queimado. A eventual derrota de nações pagãs que adoravam muitos ídolos e deuses é descrita como vasos de cerâmicas sendo jogados ao chão e quebrados em pedaços pelos justos (Salmos 2:9; Apocalipse 2:27).

A CEIA DO SENHOR

Pr Elmar Magalhães Santos

AS PALAVRAS E AÇÕES DE JESUS NA CEIA DO SENHOR
Para entender o significado completo da Ceia do Senhor, temos que examinar cuidadosamente o que Jesus falou e fez na ceia última ceia com seus discípulos.
"ESTE É O MEU CORPO"
Todas as fontes bíblicas dizem a mesma coisa sobre o que Jesus fez quando ele começou a ceia (veja Mateus 26:26; Marcos 14:22; Lucas 22:19; 1 Coríntios 11:23-24). Ele fez três coisas:
1. Ele pegou o pão
2. Ele agradeceu a Deus
3. Ele partiu o pão
Curiosamente, como vemos em Marcos 6;41 e Marcos 8:6, ele fez as mesmas três coisas quando ele alimentou os cinco mil e os outros quatro mil.
De acordo com os quatro relatos da última ceia, o que ele disse quando pegou o pão foi "este é o meu corpo". Há diferentes opiniões sobre o significado preciso dessas palavras. Mas, o que é certo é que Jesus estava indicando que ele daria o seu corpo em sacrifício para que nós tivéssemos vida. Isso se encontra mais claro em 1 Coríntios 11:24, aonde esta escrito "Esse é o meu corpo que entregue por vós" (ou em alguns manuscritos mais antigos "Esse é o meu corpo que é partido por vós").
"FAZEI ISSO EM MEMÓRIA DE MIM"
De cara, essa instrução pareceria o jeito que Jesus encontrou de dizer aos seus seguidores que repetissem essa ação como um sacramento, ou uma cerimônia religiosa, através dos tempos. Mas, como essa ordem só é encontrada em Lucas 22:19 e 1 Coríntios 11:24, algumas pessoas argumentam que o Senhor não tinha a intenção que aquela atitude fosse repetida. Será que este argumento está correto?
Provavelmente não. Nós temos que lembrar que todos os evangelhos foram escritos quando o partir do pão já era uma prática comum na vida da igreja. Mateus e Marcos, no entanto, podem ter achado desnecessário expressar a intenção de Jesus com essas palavras.
Mas mesmo entre os cristãos que concordam que Jesus queria que seus seguidores observassem a ceia do Senhor como algo contínuo, há diferentes opiniões quanto a interpretação dessas palavras. Na igreja católica romana, por exemplo, "faça isso" foi interpretado como "ofereça isso", e a palavra "em memória" foi entendida como se indicando uma representação do sacrifício de Cristo perante o Pai. Portanto na teologia católica, a comunhão é uma espécie de repetição da morte de Cristo. É considerado um sacrifício.
A visão católica tem uma longa tradição do seu lado. No século dois, escritores cristãos se referiam à eucaristia como um "sacrifício". No entanto, protestantes tem considerado geralmente uma outra visão. Para os protestantes, a comunhão não é para repetir o sacrifício de Cristo, mas para relembrar com gratidão que Cristo nos amou a ponto de morrer por nós.
Talvez as posições dos católicos e dos protestantes não estão tão distantes uma da outra como parece em primeira instância. Muitas afirmações dos católicos romanos têm enfatizado o quanto o sacrifício de Cristo na cruz é suficiente e completo. E muitos estudiosos protestantes, apesar de não quererem introduzir um entendimento sacrifical a ceia, enfatizam que "em memória" é mais do que simplesmente se lembrar do que aconteceu no passado. No pensamento bíblico, "em memória" normalmente envolve fazer real no presente o que foi feito no passado (veja Salmos 98:3; Eclesiastes 12:1).
"ESTE É O CÁLICE DA NOVA ALIANÇA"
Jesus pegou uma taça de vinho, deu graças e deu a seus discípulos para que todos eles bebessem. Esse foi o mesmo jeito que ele fez quando distribuiu o pão.
Mas nas palavras Jesus falou do vinho, ele introduziu um novo conceito na discussão sobre a aliança. Mateus e Marcos recordam as palavras de Jesus como "isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança" (Mateus 26:28; Marcos 14:24). Lucas 22:20 fala "Este é o cálice da Nova Aliança no meu sangue derramado por vós" e 1 Corínthios 11:25 é semelhante a isso. Todas essas referências à aliança nos levam de volta ao ritual do Velho Testamento de fazer uma aliança (um acordo ou tratado) com sacrifício, como na aliança entre Deus e Israel depois do Êxodo (Êxodo 24:1-8). Eles também sugerem que a esperança de uma nova aliança, descrita em Jeremias 31:31-34, foi realizada em Cristo.
"É DERRAMADO PARA PERDOAR OS PECADOS DE MUITOS"
O significado da morte de Cristo como um sacrifício está ligado com um entendimento da páscoa e da aliança. No entanto, é importante que nós reconheçamos que a ceia do Senhor também está ligada com o que Isaías 53 diz sobre o Servo sofrido do Senhor se colocou "por expiação do pecado" (Isaías 53:10). Lucas 22:37 inclui entre as palavras de Jesus: "Porquanto vos digo que importa que se cumpra em mim isto que está escrito: E com os malfeitores foi contado. Pois o que me diz respeito tem seu cumprimento." O verso que Jesus cita - Isaías 53:12 - também diz que "derramou a sua alma até a morte," e que ele ; "levou sobre si o pecado de muitos". Mateus 26:28 diz que o sangue de Jesus foi "derramado por muitos para remissão dos pecados". A taça da comunhão, então, deve nos lembrar do sangue de Jesus derramado como uma oferta para cuidar de nossos pecados.

BILLY GRAHAM


Evangelista internacional, escritor e líder religioso.
VISÃO GERAL
Por meio século, ele tem sido a face do Cristianismo evangélico, pregando uma mensagem simples em estádios pelo mundo afora. Seu ministério trouxe o evangelismo para a era da tecnologia, multiplicando sua presença através do rádio, TV e filmes, o que sem dúvida o tornou o pregador mais ouvido dos últimos tempos.
VIDA E MINISTÉRIO
Nasceu na Carolina do Norte, em 1918, filho de fazendeiros. Converteu-se com 16 anos e ingressou no Instituto Bíblico da Flórida (Tampa) onde obteve o grau de Bacharel em Teologia. Ali adquiriu a fundamentação bíblica que influenciaria grandemente sua vida, Ali também recebeu o chamado para o ministério cristão, sendo ordenado em 1940. Mais tarde foi estudar no Wheaton College, em Illinois, onde conheceu Ruth McCue Bell, com quem se casou em 1943 e teve 5 filhos.
Começou a viajar pregando o Evangelho não só em sua pátria, mas na Inglaterra marcada pela guerra. Presidiu várias organizações e escolas, mas continuava a viajar como evangelista.
PROEMINÊNCIA NACIONAL
Sua ascensão nacional se deu em 1949 através de reuniões que Graham fazia em Los Angeles numa "catedral de lona" onde muitas pessoas importantes se convertiam. Essas reuniões atraíram a atenção de William Randolph Hearst, dono de um grande jornal que cobria esses eventos, os quais deram origem às cruzadas urbanas, uma forma de evangelismo de massa que seria sempre associada ao seu ministério. Pregou em mais de 80 países para mais de 110 milhões de pessoas. Considerem-se ainda outras centenas de milhões que o ouviram pela televisão, rádio e filmes.
DEFININDO O EVANGELISMO
Seu compromisso primordial tem sido proclamar a mensagem histórica da fé cristã aos não-crentes, fato que o levou a se valer dos recursos da mídia de massa para proclamar o Evangelho a extensões impensadas. Começando com "A Hora da Decisão", pelo rádio, e utilizando a televisão para ampliar o alcance de sua mensagem, Billy Graham passou a se valer dos mais modernos recursos que a tecnologia permitia para chegar a todos os continentes. Considerado o maior produtor de filmes e documentários cristãos, dedicou-se também a escrever livros que se tornaram best-sellers e foram traduzidos para todas as línguas. Com freqüência é convidado para entrevistas em televisão.
Cada cruzada é cuidadosamente organizada, com um grupo de apoio formado por líderes e voluntários das igrejas locais, treinados com estudos bíblicos e em aconselhamento pessoal, com muitos meses de antecedência.
Billy Graahm sempre teve a preocupação de realizar um trabalho conjunto com outras denominações e não se intimidou de pregar no Leste Europeu e União Soviética quando ainda eram dominados pelo comunismo, o que foi reconhecido posteriormente como um fato que serviu de alavanca para a liberdade religiosa naqueles países.
REALIZAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES
Apesar das críticas, a integridade de Graham, sua humildade pessoal e carisma fizeram dele o mais influente líder religioso do século XX. Pesquisas o colocam entre os 10 homens mais admirados na América. Amigo de todos os presidentes americanos, tem sido o capelão extra-oficial da Casa Branca. Recebeu vários títulos honoríficos, prêmios e medalhas.
Tornou-se o líder simbólico da Evangelização. Com sua influência reuniu líderes evangélicos e evangelistas numa série de congressos internacionais ao redor do mundo.

JOÃO CALVINO

(1509–1564)
Líder francês da Reforma Protestante; geralmente considerado como o segundo em importância, depois de Martinho Lutero, como figura chave na Reforma Protestante
SUMÁRIO
As Institutas da Religião Cristã, de Calvino, consideradas pelo historiador Will Durant entre os dez mais influentes trabalhos, deram origem a uma distinta teologia "Reformada", algumas vezes assim denominada pelo próprio Calvino.
Calvino também tem sido chamado "o organizador do Protestantismo" porque em seu trabalho pastoral de organizar igrejas evangélicas em Estrasburgo e Geneva, desenvolveu um modelo adaptado de governo eclesiástico. O impacto cultural daquele modelo "presbiteriano" se estendeu além da política da igreja para influenciar modernas teorias de política democrática. No século XVI surgiram novas instituições sociais para ocupar o lugar das que se deterioravam, que vinham de tempos medievais; muitas das novas instituições foram influenciadas pelo modelo de Calvino.
INíCIO DE VIDA
Calvino nasceu no noroeste da França, vinte e cinco anos depois de Martinho Lutero. Seu nome real, Jean Cauvin, mudou para "Calvin" anos mais tarde quando, como estudioso, adotou a forma latina Calvinus. Sua cidade natal, Noyon, era um importante e antigo centro da Igreja Católica Romana no norte da Europa. Um bispo morava lá; e a vida econômica, política e social da cidade girava amplamente ao redor da catedral. De uma família de classe média, Gerard, o pai de Calvino, depois de servir à igreja em várias funções, inclusive como escrivão, veio a ser o secretário do bispo. Como resultado, o jovem Calvino estava fortemente ligado aos assuntos da igreja desde o começo. Foi educado com crianças da aristocracia, um ambiente que o tornou um reformador mais refinado do que o notoriamente grosseiro Lutero.
Para capacitar seu filho para alcançar uma posição de importância eclesiástica, o pai de Calvino entendia que ele deveria receber a melhor educação possível. Com catorze anos Calvino entrou para a Universidade de Paris, o centro intelectual da Europa Ocidental. Lá eventualmente ele frequentou o Colégio de Mantaigu, a mesma instituição que Erasmo frequentou (e odiou) uns trinta anos antes. Embora Calvino se dedicasse a uma carreira similar em teologia, por diversos motivos sua vida tomou um rumo inesperado. Primeiro, o novo aprendizado do Renascimento (Humanismo) estava travando uma bem sucedida batalha contra o escolasticismo, a velha teologia católica da antiga Idade Média. Calvino se deparou com o novo aprendizado por meio dos estudantes e foi poderosamente atraído para ele. Segundo, um forte movimento para reforma da igreja, liderado por Jacques Lefèvre d_Etaples (1455-1536), florescia em Paris, não muito longe da universidade. Calvino se tornou um amigo íntimo de alguns dos alunos de Lefèvre. Terceiro, as obras e idéias de Lutero haviam circulado em Paris por algum tempo, causando uma agitação moderada; sem dúvida, Calvino se familiarizou com elas durante os anos de estudante. Finalmente, o pai de Calvino teve uma discussão com os oficiais da igreja em Noyon, incluindo o bispo. Em 1528, assim que Calvino obteve o seu grau de mestre de artes, seu pai lhe disse para deixar a teologia e estudar leis. Obedientemente, o filho se mudou para Orleans, onde se localizava a melhor escola de leis da França.
Calvino se dedicou aos seus estudos das leis, sendo elogiado por sua maestria na matéria. Com frequência, dava aulas pelos professores ausentes. Depois de três anos de estudo em Orleans, Bourges e Paris, conseguiu o seu doutorado e licença em leis. Durante esse percurso aprendeu grego e mergulhou nos estudos clássicos, que eram de grande interesse dos humanistas contemporâneos. Ligou-se a um grupo de estudantes que discordavam dos ensinos e práticas do Catolicismo Romano. Com a morte de seu pai em 1531, Calvino se viu livre para escolher a carreira que preferia e não hesitou. Excitado e desafiado pelo novo aprendizado, mudou para Paris para se dedicar a uma vida erudita. Se não tivesse se convertido ao Protestantismo, teria sem dúvida vivido fora de sua época em Paris como um líder estudioso da Renascença.