sexta-feira, 20 de abril de 2012

WALDO, PETER

WALDO, PETER

(1150-1218)
Pregador mendicante; fundador dos Waldenses

Em seu início de vida obscuro, Waldo desperdiçou seus bens e por volta de 1173 passou a viver como mendigo. Logo se tornou um proeminente pregador itinerante em Lyons e outros lugares da França. Por meio de uma apresentação simples do evangelho, a mensagem de Waldo criticava fortemente os abusos da Igreja dominante. Isto se referia ao mudanismo do clero regular e às heresias da seita de Cathar. O ministério de Waldo atraiu números sempre crescentes até o fim de sua vida. Os que aderiam à sua pregação, freqüentemente chamados de os Homens Pobres de Lyons, ou Pobres de Espírito, se tornou um grupo cristão imprecisamente identificável. Quando o movimento se expandiu nos anos de 1200 e 1300, ficou conhecido como os waldenses. O fato excepcional é que Waldo pregava a partir de uma tradução das Escrituras num francês dialético. Esse desvio da Bíblia Latina autorizada distinguia os waldenses, especialmente comparados ao movimento similar de São Francisco de Assis.

Waldo e seus seguidores procuraram legitimização no III Concílio Laterano (XI concílio geral) em 1179. Respondendo respeitosamente, Alexandre III aprovou os votos de pobreza dos waldenses mas proibiu qualquer pregação, exceto a convite do clero. Waldo e membros do seu grupo, no entanto, se sentiram compelidos a continuar a proclamação pública de suas idéias. Assim, logo depois da aprovação de Alexandre, Bellesmains, arcebispo de Lyons, condenou o movimento. Waldo fez uma declaração de fé totalmente ortodoxa ao Cardeal Henry Albano em 1180. Mas no Concílio de Verona (1184), Lúcio III excomungou os waldenses como grupo, identificando-os com os Cathars e outros hereges. A partir daí, a Igreja e os waldenses ficaram radicalmente separados e o movimento se juntou com outros grupos e doutrinas não-conformistas em muitos lugares. Os ensinos de Waldo aproximavam idéias protestantes posteriores: rejeição do purgatório e alguns sacramentos, recusa de veneração de santos e oração pelos mortos. Os waldenses também eram comumente separatistas donatistas, contrários a qualquer reconhecimento de padres indignos. Alguns deles se juntaram aos extremistas Humiliati e Arnoldistas da Itália. A não ser por conceitos separatistas, a maioria entretanto parece ter permanecido ortodoxa.

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